Imagem cortesia da Fundação Isha. A imagem é uma foto da pintura, representando Patanjali, que está em uma das salas de meditação do ashram Dhyanalinga, India
Os sutras ou aforismos do Yoga, atribuída a Patañjali, é uma obra fundamental do sistema filosófico do Yoga. Descreve o conhecido Ashtangayoga ou os oito membros do Yoga, e que Swami Vivekananda o denomina como Raja Yoga.
Patañjali compilou, segundo a tradição, o resumo de séculos de debates entre filósofos e Yogues. Não se sabe a data precisa de sua redação original, mas o estilo Clássico da versão atual indica que deve ter sido escrita durante a dinastia Gupta, entre os Séculos III e V d.C. , nos primórdios do Budismo.
Seus ensinamentos básicos alinham com a
ortodoxia Brahmanica, que está apoiada
nos Vedas. Por esta razão o Yoga é
considerado como uma das seis escolas
Filosóficas da Índia, Os Darshanas, que explicam o sentido da existência do ser humano e do Cosmos.
Patañjali trouxe sua forma clássica para a tradição do Yoga. Sua composição é, em princípio, um tratado sistemático que define os elementos mais importantes da teoria e da prática do Yoga.
Sutra, que significa literalmente "fio", configurando uma composição de afirmações sentenciosas que, juntas, dá ao leitor a forma deste "fio", amarrando todas as ideais importantes que caracterizam a via de pensamento, caracterizado por textos sintéticos, compostos por afirmações curtas, eram decorados e até recitados, pelos alunos-discípulos como forma de meditação.
Os versos(aforismos) com que Patañjali inicia os Yogas Sutras nos demonstram como é o seu estilo característico de escrever;
O capitulo Um - Samadhipáda - inicia assim:
अथ योगानुशासनम् ॥१॥
Atha yogánuçásanam ॥1॥
“Aqui estão os postulados mais elevados do Yoga”.
Atha, que é o termo de abertura de muitas das escrituras Hindus, que pode ser traduzida como uma apresentação, como “Aqui estão” ou “Eis aqui”;
Yoganuçasana: A palavra anuçasana, formada pelo prefixo anu que significa
elevado, proeminente, máximo, e pela palavra çasana que é um ensinamento imposto.
A raiz é ças que significa açoitar, castigar.
Patañjali deixa bem claro nesta frase, que é um texto que não deixa aberto a sugestões. Quem estuda o Yoga entende que o conteúdo dos Sutras é como apresentado, sem alterações, respeitando assim os filósofos e yogues que por longos períodos de estudos e debates desenvolveram o que está disposto.
T. Krishnamacharya fez um comentario sobre este sutra, fazendo uma relação que a palavras atha identifica o disciplo, que se assume a disciplina do estudo dos yoga e anuçasānam é o mestre, que transmite a tradição e a palavra yoga, é o estado de união.
O tratado do Yoga Sutras, um conjunto de 196 aforismos divididos em 4 capítulos
Samadhipáda: o primeiro capitulo, possui, cinquenta e um aforismos (sutras), fala sobre o Samadhi - a Contemplação; o objetivo do Yoga;
Sâdhanapáda: o segundo capitulo, possui, cinquenta e cinco aforismos, descreve os oito Angas - passos - descreve sobre a ética e as relações sociais a pratica para atingir o Samadhi;
Vibhútipáda: o terceiro capitulo, de cinquenta e cinco sutras, trata das habilidades conquistadas no caminho do Yoga.
Kaivalyapáda: o quarto capítulo, possui apenas trinta e quatro sutras, sobre a Libertação.
Estudar os Sutras de Patañjali, nos dá um entendimento mais profundo do que é o Yoga e entender que yoga é uma filosofia que modifica nossa maneira de olhar e viver, compreender nossa importância nas relações sociais e a ética. este é o legado do Yoga, uma filosofia ancestral, porém, sempre contemporânea.
Hari Om.
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